Arthur Ramos de Araújo Pereira foi um médico psiquiatra, psicólogo social, etnólogo, folclorista e antropólogo brasileiro.
Um dos principais intelectuais de sua época, teve grande destaque nos estudos sobre o negro e sobre a identidade brasileira e foi também importante no processo de institucionalização das Ciências Sociais no Brasil.
Além disso, contribui com seus estudos sobre psicologia social e psicanalise para a área da educação ao ser convidado pelo educador Anísio Teixeira para chefiar o Serviço de Otofrenia e Higiene Mental-SOHM (1934-1939).
Neste serviço, o médico alagoano, analisou mais de 2000 estudantes de escolas públicas, do Rio de Janeiro. Ele buscava romper com algumas concepções que rotulavam crianças como “anormais” por apresentarem comportamentos tidos como inadequados, como por exemplo: desatenção, rebeldia, mentira, dentre outros.
O intelectual acreditava que os comportamentos não tinha uma origem meramente genética, mas, sobretudo, social. Assim, comprovou no referido serviço que a maior parte dos comportamentos tidos como indesejáveis advinha de questões do meio social (relações familiares, escolar). A família e a escola assume papel imprescindível na visão de Arthur Ramos para formação da personalidade.
Como resultado do SOHM, ele publicou os livros A Criança Problema e Saúde do Espírito, ambos de 1939. O intelectual esteve envolvido no pensamento da época que anseiava por uma sociedade moderna e em ordem, visando o progresso.
O saber médico tirou o foco do corpo individual e adentrou no corpo social por meio da educação do povo.
Arthur Ramos deixou um legado de mais de seiscentas obras, entre livros e artigos, que até hoje são fontes de estudos para a psiquiatria, o negro, o índio e o folclore brasileiro.